Sustentabilidade, caminho para um futuro promissor
Sustentabilidade virou palavra de ordem no setor imobiliário. Porém, ela não deve ser exclusivamente apoio para iniciativas de marketing. A população mundial que sofre com aquecimento global, buraco na camada de ozônio, efeito estufa tem de remediar a irresponsabilidade passada. Nossos antepassados entenderam que os recursos naturais eram infinitos e que não haveria problemas em utilizá-los livremente. Enfim, ela é o caminho para um futuro promissor.
Mais do que moda, sustentabilidade deve ser vista com abrangência e como condição de sobrevivência do homem: há que se preservar o meio ambiente e as condições socioeconômicas da população. Tudo o que for feito agora não pode roubar “vida” das gerações futuras. Temos a obrigação de deixar para nossos filhos e netos condições, no mínimo, iguais às que encontramos.
O setor imobiliário há muito tem estudado o tema e proporcionado debates a fim de encontrar verdadeiras práticas de sustentabilidade e implantá-las nos empreendimentos.
Mesmo submetidos a legislações ambientais rigorosas, muitas vezes em desacordo com a realidade cotidiana, os empreendedores imobiliários se empenham em proporcionar conforto, funcionalidade, segurança e qualidade de vida para os condôminos.
Como o tema é polêmico, muitos ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais são contra o adensamento e condenam o uso de potencial adicional construtivo, alegando, dentre vários argumentos, que a cidade precisa “respirar”. O que eles desconhecem é que os condomínios horizontais e verticais de todo o Brasil são obrigados a oferecer amplas áreas verdes, ao passo que muitas residências antigas são completamente impermeabilizadas por concreto, sem um pedaço sequer de grama.
Continuaremos desenvolvendo habitações sustentáveis, com respeito às legislações – afinal, defendemos acirradamente a segurança jurídica –, mas é certo também que vamos continuar trabalhando para aprimorar essas leis. Enquanto não chegamos às condições ideais, temos de aderir às boas práticas existentes, como o Selo Casa Azul da Caixa.
Para obter esse Selo, cuja adesão é voluntária, a empresa deve obedecer a alguns critérios de avaliação. São 53 no total, distribuídos nas categorias “Qualidade Urbana”, “Projeto e Conforto”, “Eficiência Energética”, “Conservação de Recursos Materiais”, “Gestão da Água” e “Práticas Sociais”.
Há três níveis de gradação: bronze, para empreendimentos que atendem aos critérios obrigatórios (medição individualizada, uso de bacia sanitária de 6 litros e com duplo acionamento, e 20% de área permeável no condomínio); prata, para empreendimentos que atendam aos critérios obrigatórios e seis de livre escolha; e ouro, para empreendimentos que atendam aos critérios obrigatórios e 12 de livre escolha.
Qualidade humana requer esforço e parceria, e o momento é de união e convergência. As divergências só desagregam.
(*) João Crestana é presidente do Secovi-SP, que é principal member da Fiabci/Brasil, e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da CBIC, e também reitor da Universidade Secovi.
Fonte: | Publicado na coluna Fiabci/Brasil do jornal O Estado de S. Paulo |