Estudantes agitam mercado de locação na Capital
O mercado de locação na cidade de São Paulo, já bastante aquecido devido à falta de imóveis para alugar, movimenta-se ainda mais neste início de ano, com a busca de moradias por estudantes que passaram no vestibular e também por universitários que, com a mudança de ano letivo, anseiam por imóveis maiores ou mais bem localizados.
De acordo com Hilton Pecorari Baptista, diretor de Locação Residencial do Secovi-SP, a demanda começa a crescer no final de janeiro e se estende até o início de março nas regiões próximas às universidades, em bairros como Butantã (onde está a Universidade de São Paulo), Vila Buarque e Higienópolis (Mackenzie e Faap), Centro e Liberdade (FMU e cursinhos pré-universitários) e Vila Mariana e Vila Clementino (Universidade Federal de São Paulo). “Esse já é um período de grande rotatividade no mercado de locação, porque muita gente prefere mudar de casa durante as férias, e isso cresce ainda mais por causa dos universitários”, diz o diretor.
“Os imóveis mais procurados são os pequenos e econômicos, de 1 e 2 dormitórios, sem luxo, e com valor baixo de condomínio”, esclarece Pecorari Baptista.
Estimativas de imobiliárias associadas ao Secovi-SP dão conta que, em algumas regiões da Capital, a procura por aluguel cresce até 30% entre fins de janeiro e de março. Esse é o caso da Krisos Imobiliária, com atuação bastante concentrada no bairro do Butantã. “A fase mais crítica em termos de demanda vai do final de fevereiro ao começo de março. Aí faltam imóveis para alugar”, afirma Simone Crisostomo, diretora da Krisos. Os preços também disparam. “Eles sobem entre 10% e 20% na região, comparativamente a meses considerados ‘neutros’, como setembro e outubro”, conta Simone.
Nesta época do ano, a Krisos nota aumento na procura por moradias de 1 e 2 dormitórios. “São imóveis onde moram de dois a três estudantes, a maioria do interior paulista”, comenta.
Pecorari Baptista informa que hoje em dia alguns proprietários e administradoras estão restringindo o número de moradores por imóvel quando veem que o inquilino é estudante. “A intenção é impedir a formação de uma ‘república’, que não costuma ser bem-aceita pelo condomínio”, justifica.
O diretor do Secovi-SP diz que dificilmente a locação para estudantes é motivo de dor de cabeça para as imobiliárias. É que, em vez de conhecidos ou parentes distantes, são normalmente os pais dos estudantes que arcam com as despesas e servem de fiador para a locação. “O seguro-fiança, feito em nome dos pais, também é bem aceito”, esclarece. O mesmo acontece na Krisos. Noventa por cento das kitchnettes diferenciadas são alugadas com caução (depósito de três meses), sendo que em 80% dos casos é o pai do estudante que paga a conta.