Em seu encontro condominial, Secovi em Bauru fala do meio ambiente
Mudança de hábito. Essa foi a grande mensagem do Encontro de Síndicos e Administradoras de Condomínios de Bauru e Região, na noite da quarta-feira, 8/6, no Salão Superior do Espaço Bauru. Em sua edição 2011, o evento atraiu mais de 150 participantes e abordou um tema fundamental para qualquer cidadão nos dias de hoje: a preservação do meio ambiente.
“A primeira consciência que temos é de que a conscientização deva partir dos bancos escolares. Isso é correto, porém lidamos com um universo muito mais amplo, de verdadeiros formadores de opinião, que são os próprios condôminos. Assim, temos a obrigação de difundir e mesmo praticar conceitos de sustentabilidade”, refletiu Leilane Strongren, diretora de Condomínios da unidade do Secovi-SP em Bauru.
Ainda de acordo com a diretora, atualmente o Sindicato na região está muito preocupado e preparado – inclusive por meio de seu Conselho de Síndicos -, com todas as ações que visem as boas práticas ambientais. “Nosso objetivo é trazer cada vez mais os síndicos para dentro do Secovi. Isso acontece quando discutimos suas necessidades e trocamos experiências em todos os níveis”, adiciona Pedro Paulo Stangherllin, presidente do Conselho de Síndicos da cidade.
Já o diretor geral do Secovi-SP no município, Riad Elia Said, saudou os presentes, lembrando da Semana Mundial do Meio Ambiente. “É uma feliz coincidência que nos reporta à nossa missão de dar suporte aos condomínios nas ações sustentáveis”, disse.
Flavio Amary, vice-presidente do Interior do Sindicato e dirigente da unidade da entidade em Sorocaba, também prestigiou o Encontro e as iniciativas da unidade regional em Bauru, “sempre produtivas e eficazes”, segundo ele. “Exemplo do envolvimento do Secovi com as questões ambientais é a forte atuação de sua vice-presidência de Sustentabilidade, que ora coordena a criação de índice para avaliar os reflexos dos empreendimentos ‘verdes’ em determinada região”, afirmou.
Ainda, Amary fez referência à importância da reciclagem nos condomínios. “Um pequeno gesto, que demanda pouco tempo, mas que gera resultados imensos”, conclui.
Para onde vai o óleo?
Ao longo de sua palestra, a presidente da Ecóleo – Associação Brasileira para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível, Célia Marcondes, deixou claro seu comprometimento com a saúde do Planeta e seus habitantes, rompendo, assim, as fronteiras da preocupação com a reciclagem do óleo de cozinha. “Para mim, o óleo foi apenas a porta de entrada rumo à uma conscientização muito maior. Por isso, convoco a todos para uma reflexão sobre o seu trajeto, que não é longo e termina logo ali, no quintal de casa” revela.
A jornada de Célia começou há mais ou menos uma década, quando se propôs a descobrir o que havia de tão valioso nos sacos pretos de lixo que abrigavam os detritos de centenas de edifícios da região de Cerqueira César, zona Sul da capital, e que, portanto, chamava tanto a atenção de mendigos e carroceiros.
“Descobri que aquele tesouro se traduzia em cerca de 3 toneladas de resíduos sólidos/mês, advindos de mais de 400 edifícios do bairro, e que cujo processo de reciclagem hoje consegue gerar mais de uma centena de postos de trabalho. Assim, o que para a maioria é sujeira, para muitos é meio de vida”, analisou.
Mas foi só em 2007 que a presidente da Ecoleo focou a maior parte de seu tempo na reciclagem do óleo de cozinha. “Hoje, a entidade é reconhecida em âmbito nacional e tem condições ‘legítimas’ de orientar e encaminhar o cidadão para o tratamento desse resíduo”, afirma.
A cada 4 litros de óleo, um é descartado na natureza
O óleo jogado no lixo ou no ralo da pia entope o encanamento, impermeabiliza fossas sépticas, contamina rios e lençóis freáticos, coloca em risco a vida aquática e compromete a alimentação humana. “Mas, se armazenado em garrafas e levado a um posto de reciclagem, será tratado e utilizado na produção de biodiesel, tintas, vernizes e sabão, gera trabalho e renda para a comunidade, preserva as águas e ajuda a salvar o Planeta”, considera Célia Marcondes.
“O condomínio pode instalar uma bomba de reciclagem em suas dependências, de forma que os moradores possam depositar o óleo usado diretamente nesse local, ou então ir acumulando o resíduo em garrafas pets, para depositar tudo de uma só vez, inclusive com a garantia da reciclagem da própria garrafa”, observa a presidente da Ecóleo.
Ainda de acordo com Célia, para cada 4 litros de óleo consumidos por uma família brasileira média, um é descartado na natureza. “Um litro de óleo é suficiente para contaminar milhares de litros de água”, diz.
A escolha é sua
Para fazer a escolha certa, basta seguir algumas dicas simples de reciclagem de óleo, medidas que contribuem eficazmente com o meio ambiente:
1) Não jogue o óleo de cozinha na pia. Após usá-lo, espere esfriar e despeje-o em um vasilhame bem fechado, que pode ser uma garrafa Pet;
2) Leve o óleo ao posto de reciclagem mais próximo (outras informações em www.ecoleo.org.br) ou então em contêiner que pode ser instalado no seu condomínio;
3) Caso não saiba como fazer, peça ajuda ao promotor do posto de reciclagem, ou então aos profissionais ou moradores que coordenam a ação em seu edifício;
4) Pratique e divulgue essa ideia no seu bairro. É simples e pode gerar trabalho e renda, além de contribuir com o meio ambiente.