Educar é um processo que visa transformar a organização
Educar é disseminar os valores e desenvolver as competências necessárias à estratégia do negócio. A definição de Fabio Moraes, da Febraban, permeou o segundo painel “Educação em Qualidade de Serviços”, sobre o Lado Humano da Qualidade de Serviços, realizado durante a Quality Service Conference na tarde de 11 de setembro, na sede do Secovi-SP.
Diretor de Educação da Febraban, Moraes disse ainda que educar não é treinar, mas um processo que visa transformar a organização. “É possível passar valores às pessoas durante o processo seletivo?”, questionou Fabiana Petterman, do Citibank, que mediou o painel e debateu com o palestra juntamente com Rita de Cassia da Silva, da Saraiva.
Fabio Moraes respondeu que competência é entregar um resultado superior e de longo prazo, algo impossível de ser feito sem considerar o valor e o respeito ao cliente. “Educação corporativa representa mais um conceito que um prédio – é criar sentido no trabalho, enxergar além. Lembre-se de que as pessoas compram pela emoção e não pela razão”, complementou.
O palestrante considera a sala de aula um “modelo medieval”, acha o coaching o principal mecanismo de educação nas empresas e defende o uso (e abuso) das tecnologias de aprendizado. “Hoje, 70% dos gastos com educação correspondem à logística. O ensino a distância ajuda a absorver o conteúdo e deixa o presencial para questões mais práticas. Além disso, a pessoa tem a liberdade de aprender quando quiser e for mais conveniente”, assinalou, acrescentando que a tendência é oferecer conteúdos em qualquer lugar e a qualquer momento. “Precisamos ter formação para a vida toda, com conhecimento a todo instante.”
No entendimento de Moraes, a educação envolve todos os públicos importantes – clientes, sociedade, fornecedores, autoridades, dentre outros – e é um processo amplo, holístico e global. Seria importante, segundo ele, que o processo educativo se pagasse, ou seja, gerasse receita com programas educacionais (a ideia seria vender para quem pode pagar e dar para quem não tem condições).
O modelo de educação corporativa da Febraban é dividido em escolas e voltado a um conjunto de competências, e inclui Escola de Qualificação Profissional (Básica e Avançada), Escola de Lideranças, Escola de Educação Financeira (que leva orientação financeira à sociedade, como o uso consciente do dinheiro). O objetivo é ajudar a reduzir o endividamento e aumentar a poupança. “Educar é mudar comportamento, e comportamento não se muda da noite para o dia”, concluiu.
No Citibank, de acordo com Fabiana Petterman, há grande preocupação em formar aquele que vai multiplicar as informações sobre o banco, seja funcionário próprio ou terceirizado.
Quality Service
Realização conjunta de Secovi-SP, Lederman Consulting and Education e Garrido Marketing, a Quality Service Conference teve início em 11 de setembro, com o Workshop do Disney Institute, que reuniu cerca de 200 pessoas no período da manhã, na sede do Sindicato.