Caixa apresenta perspectivas para o programa Minha Casa, Minha Vida
O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) recebeu na segunda-feira, 2/5, o novo vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte, que falou sobre “Aprimoramento Operacional e as Perspectivas de atuação da Caixa”, abordando os desafios atuais enfrentados tanto pelo mercado imobiliário como pela instituição financeira para atender as demandas do programa Minha Casa, Minha Vida.
“O primeiro passo rumo a uma política perene de habitação foi dado – em dois anos do Minha Casa, Minha Vida, 1 milhão e 50 mil unidades foram contratadas. Muito já se fez, mas é hora de evoluir, de passar do jardim da infância para o primário”, ilustrou o presidente do Secovi-SP, João Crestana. “Este é um momento de encruzilhada, de escolher qual rumo tomar. Se tivermos maturidade e humildade para aprimorar alguns pontos, vamos ver o Brasil vencer o déficit habitacional”, completou Crestana.
Para Flávio Prando, vice-presidente de Habitação do Sindicato, área responsável pela realização do evento, o mercado imobiliário tem alguns desafios estratégicos para que haja a continuidade do programa federal com sucesso. “O Minha Casa, Minha Vida quebrou paradigmas, oferecendo subsídios e proporcionando poder aquisitivo para quem não o tinha, por meio de taxas reduzidas. Se não nos mobilizarmos, vamos perder o melhor modelo já implantado”, disse Prando.
Ele defendeu a busca por soluções de continuidade, como atualização da renda atendida pelo MCMV e do subsídio, para operar com valores mais adequados à realidade. Outra questão levantada por Prando foi a demanda mínima. “O setor tem defendido que o contrato formal da Caixa mude acrescentando a cláusula suspensiva, assim vamos tirar a sobrecarga de ter que assinar mais de cem contratos por dia e evitar o desenquadramento do comprador quando mudar sua faixa salarial”, explicou Flávio Prando.
José Urbano Duarte, que assumiu a vice-presidência em abril, mostrou-se solícito às manifestações dos executivos do Secovi-SP. “Temos que unir forças para dar continuidade ao programa MCMV, já que uma das razões do seu sucesso foi o fato dele ter sido criado conjuntamente”, afirmou, citando que os desafios percebidos ao longo da primeira etapa do programa estão sendo solucionadas.
Diante dos dados e números apresentados, Duarte fez algumas análises positivas, como o aumento da distribuição do financiamento em outras regiões do País, reduzindo a concentração no Sudeste. “Isto é importante para acabar com o déficit habitacional no Norte e Nordeste, bastante significativo”, disse. As maiores concentrações do déficit estão no Sudeste (37,2%) e Nordeste (34,2%). O estado de São Paulo sozinho tem o déficit de 1 milhão de habitações.
O vice-presidente de Governo da Caixa apresentou duas novidades durante sua palestra: a estruturação de área específica para fazer a gestão completa de negócio de habitação de interesse social e outra para o negócio de habitação de mercado. Duarte falou também que a instituição está investindo na capacitação e multiplicação dos correspondentes imobiliários, que hoje são 7.600.
“Tudo vem sendo feito com seriedade, honestidade e credibilidade. O crédito imobiliário no Brasil está longe de uma bolha e é um dos mais seguros do mundo”, afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato.
O evento contou com o apoio da Apeop e SindusCon-SP.