Inovações e tendências no segmento imobiliário para 2018 e além
John Naisbitt foi o pioneiro, ainda na década de 90, ao escrever “Megatrends 2000” e apontar (com precisão) algumas características que indicariam caminhos que hoje construímos nesta nossa era pós-industrial: o triunfo do indivíduo, as mulheres na liderança, a globalização e o nacionalismo cultural, a ascensão dos países da Orla do Pacífico.
De qualquer maneira, previsões são apostas e o futuro é algo que se constrói no dia-a-dia, não pode nunca ser algo determinado como certo. Mas, de fato, devemos nos atentar para certas tendências que nos mantêm em sintonia com o “espírito do tempo” e a partir daí criamos inovações e diferenciações que considerem essas “tendências”.
O segmento imobiliário vem passando por grandes transformações que impactam diretamente na sua forma de desenvolver e fazer negócios.
Lowsumerismo, neologismo que vem se contrapor ao consumismo. O “ter”, o “acumular” vem perdendo espaço para o “viver”, o “sentir”. Há uma crescente parcela da população que valoriza a experiência à propriedade. Com isso, a felicidade pode não estar mais numa mansão – mas num apartamento pequeno, funcional e uma boa mochila e um guia de viagens. Será que o sonho da casa própria pode ser o sonho de viver a experiência de conhecer centenas de cidades em todo o mundo ou de viver sempre se mudando? Além da posse, o não-consumismo valoriza a funcionalidade, onde a praticidade ganha espaço frente à ostentação. Menos é mais. O japonês Fumio Sasaki tornou-se famoso tendo meia dúzia de roupas e objetos dentro de casa para viver uma vida que chama de minimalista.
De mãos dadas ao lowsumerismo está a economia colaborativa, onde a posse das coisas dá lugar à utilização de forma compartilhada. Hoje, o compartilhamento está nos transportes (Uber, Cabify, 99), na culinária (Dinneer), nos espaços de trabalho (coworkings) e também nos imóveis, onde as áreas privadas se reduzem para melhor equipar os espaços de uso comum.
O tempo vem sendo cada vez mais precioso. Com isso, tudo que traz conveniência e facilidade está em alta. Comidas congeladas, tele-entrega, marido de aluguel, home chef, plano de saúde para animais, assinaturas de serviços, tecnologias como comprar num clique (one-click-buy). Se você analisar bem, muitos dos novos negócios inovadores facilitam a vida do consumidor. Um exemplo disto é uma startup que simplifica o processo de locação, oferecendo seguro-fiança e fotógrafo profissional na casa dos locadores para proporcionar uma melhor experiência para o locatário, reduzindo o ciclo entre a escolha e a entrega das chaves.
Poder do nicho. Tudo que for específico tem chance de encontrar prosperidade. Principalmente se atender uma dor, um problema até então não resolvido para um segmento determinado de clientes. Exemplo no setor da saúde: planos de saúde que conseguem ter vantagens competitivas quando focadas em um segmento, como a terceira idade. Quem está vendendo alimentos “low carb” consegue cobrar mais do que quem vende comida simples, do dia a dia.
E é assim também no setor imobiliário. Em São Paulo, uma imobiliária conseguiu lançar um novo olhar para imóveis desvalorizados (velhos) propondo a apreciação do vintage (antigo), onde a memória e a história são ingredientes para valorização do ativo. E o modelo de negócio não se restringe apenas à comercialização, mas está recheado de propósito de resgate da memória da arquitetura paulistana.
E você, quais tendências e outras transformações de mercado acredita que podem impactar o mercado imobiliário?
(*) Marcelo Pimenta, empreendedor, consultor e estrategista em inovação, professor da ESPM e da Universidade Secovi. e-mail: falecom@menta90.com.br.
==========================================================================
Para saber mais sobre o curso Negócios Imobiliários: Inove ou morra, acesse o programa completo pelo site.