Linguagem não-verbal é meio para melhorar comunicação nas empresas
Um minuto de discurso implica a realização de 10 a 15 mil eventos neuromusculares.
O rosto humano tem 43 músculos, que geram cerca de 10 mil expressões faciais.
O gigantismo desses números evidenciam o potencial da linguagem não-verbal, aquela que se dá apenas com o corpo, sem a necessidade de articular uma única palavra. É justamente à arte de interpretar os sinais corporais que se debruça a neurolinguística; e foi sobre ela que Luiz Paulo Orelli, mestre pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do governo de São Paulo, palestrou em encontro do PQE. Para ele, “as empresas precisam prestar mais atenção nesse tipo de linguagem”, pois seu potencial para solucionar os problemas corriqueiros de ruídos na comunicação dentro das companhias não pode ser desprezado.
Para o palestrante, quando maior a habilidade de comunicação de alguém – e a neurolinguística ajuda a aperfeiçoa-la –, mais o mundo se abre. “É proporcional”, disse. “Com a linguagem não-verbal é possível você se antecipar com relação ao seu cliente. Isso dá uma grande vantagem no momento de uma negociação, por exemplo”, emendou. Orelli recomendou que, nesses momentos, se preste atenção no gestual do interlocutor. Isso porque as palavras precisam estar em consonância com as expressões corporais. “O corpo não mente”, afirmou, citando, na sequência, técnicas para identificar possíveis contradições entre o que dizem os gestos e os sentidos das palavras.
“Nossa comunicação é dividida da seguinte forma: 55% linguagem corporal, 38% de atitudes e só 7% em palavras”, sequenciou o palestrante, emendando que a partir do momento em uma pessoa se empenha para aprimorar o jeito como se comunica, seu arsenal de convencimento e persuasão se torna imbatível. “O convencimento se dá pela razão; a persuasão, pela emoção”, explicou.
Outra maneira de conhecer traços da personalidade de alguém sem precisar recorrer às palavras é a grafologia, técnica usada para delinear perfil psicológico através da grafia. “Você pode saber se um cliente é agressivo nas negociações só olhando a assinatura dele”, disse Orelli.