Secovi-SP divulga pesquisa sobre o mercado de imóveis novos em abril
O mercado de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo iniciou o segundo trimestre com sinais de melhor desempenho, em comparação com os primeiros meses do ano. O indicador VSO (Vendas sobre Oferta), expresso em porcentagem e que mede a relação de número de unidades vendidas com a oferta existente no mês, fechou abril com 16%. De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, que realiza mensalmente a pesquisa sobre o mercado imobiliário, o VSO de março ficou em 11,5% e o do primeiro trimestre foi, em média, de 10,5%.
A pesquisa mostra que o volume comercializado em abril (2.319 unidades) cresceu 48,1% diante do terceiro mês do ano, que teve 1.566 imóveis novos vendidos.
Segmentação
O nicho de 3 dormitórios ocupou a liderança em termos de participação nas vendas de abril, com 914 unidades vendidas e fatia de 39,4% sobre o total. O segmento de 2 dormitórios ocupou a segunda colocação, com 817 imóveis escoados (35,2% das vendas). Juntos, os 2 segmentos foram responsáveis por 74,6% do movimento comercializado no mês.
A grande maioria das unidades vendidas em abril se encontrava dentro do período de Lançamento, ou seja, os seis meses desde o momento em que o produto foi colocado em oferta. O total de vendas nesse período, de 1.827 unidades, representou 78,8% do total negociado no quarto mês do ano.
Outra tendência detectada se refere à área útil, que concentra a principal fatia de mercado em vendas de unidades com área de até 85 metros quadrados, com 68,9% (1.597 unidades) do volume comercializado em abril.
Aspecto relevante
Na cidade de São Paulo, o segmento de 3 dormitórios se destacou e os sucessos de vendas ocorreram em bairros tradicionais do mercado imobiliário em todas as regiões, mas, principalmente, Mooca, Morumbi e Vila Carrão, com participação do Parque Tomas Edison (Barra Funda). Os valores médios das unidades com bom desempenho atingiram amplo espectro, entre R$ 300 mil e R$ 600 mil.
Já no nicho de 2 dormitórios prevaleceram imóveis com valores médios de R$ 120 mil a R$ 600 mil, em bairros como Mooca, Morumbi, Vila Mariana, São Miguel Paulista, Lapa, Parque Bristol (região da Saúde) e Pari.
Unidades de 4 dormitórios apresentam, geralmente, valores superiores a R$ 700 mil, apesar de a pesquisa ter detectado também imóveis desse nicho na faixa de R$ 400 mil a R$ 500 mil.
Lançamentos residenciais
Na capital paulista, a Embraesp (Empresa de Brasileira de Estudos do Patrimônio) apurou em abril o lançamento de 2.129 unidades, um aumento de 39,2% sobre março (1.530 unidades). Ou seja, o total vendido superou em 8,9% o volume lançado na cidade de São Paulo.
Na Região Metropolitana (RMSP ou Grande São Paulo), que compreende a cidade de São Paulo e mais 38 municípios, foram comercializadas em abril 4.663 unidades, com a participação de 49,7% da Capital sobre o volume negociado.
No mês, as vendas na RMSP superaram em 19,6% os dados de março (3.899 unidades). Já com relação aos lançamentos, a região registrou 3.817 unidades, alta de 27,1% sobre os 3.002 imóveis colocados no mercado no mês anterior.
Quadrimestre
Em síntese, na cidade de São Paulo, o quadrimestre acumulou 6.584 unidades vendidas e 7.162 lançadas. Considerando a Região Metropolitana, os números atingem 14.825 unidades comercializadas de janeiro a abril, com 13.914 lançamentos. Observa-se que a Capital representou 44,4% das vendas registradas no período na RMSP.
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, destaca a diferença de comportamento entre a Grande São Paulo e a Capital apurada pelo levantamento do Sindicato. Na RMSP, foram lançadas 13.914 unidades e vendido um montante maior, de 14.825 imóveis, com consequente redução da oferta final de 26.603 unidades em dezembro para 25.095 em abril. Na cidade de São Paulo, ocorreu o inverso: o volume de lançamentos ficou em 7.162 unidades, contra 6.594 unidades comercializadas, com aumento da oferta final de 12.011 imóveis no último mês do ano passado para 12.149 em abril de 2011.
Considerações finais
“Apesar de ser muito cedo para se afirmar, o mercado de imóveis novos residenciais na Região Metropolitana e na cidade de São Paulo parece iniciar o processo de retomada das vendas e de lançamentos, reforçando o desempenho tradicionalmente observado no segundo semestre”, avalia Petrucci, lembrando que os resultados das próximas edições da pesquisa devem confirmar ou não essa tendência.
Empresas voltadas para os segmentos tradicionais de 3 e de 4 dormitórios convivem no mercado com aquelas voltadas para o nicho econômico. O mercado, no caso dos econômicos, deverá continuar o movimento de expansão para municípios vizinhos à Capital, onde se concentra esse tipo de demanda. “Os diversos segmentos exigem aptidões diferentes dos empreendedores, em termos de tecnologia construtiva, visão do comportamento do consumidor, margem de retorno, dentre outras. Por isso, há tendência natural dos empresários em se adequarem ao público-alvo”, esclarece o economista-chefe do Sindicato.
Os números confirmam essa tendência de diversificação de segmentos. Do total de unidades lançadas na Região Metropolitana no período de janeiro a abril deste ano, 74,5% (10.366 unidades) tinham valor médio superior a R$ 170 mil. Imóveis econômicos – com valores de até R$ 170 mil – atingiram 3.548 unidades, equivalente a 25,4% dos lançamentos do primeiro quadrimestre.
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