Empreendimentos econômicos são destaque no interior de São Paulo
Os imóveis de 2 dormitórios sem elevador e de 2 dormitórios econômico lideraram os lançamentos no interior de São Paulo nos últimos ano, de acordo com o recente Estudo do Mercado Imobiliário do Interior, encomendados pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Alguns dos motivos para esta tendência podem ser as facilidades na concessão de crédito bancário para a compra do imóvel, o programa Minha Casa, Minha Vida e o aumento da renda das famílias das classes C e D.
O levantamento, elaborado por Robert Michel Zarif Assessoria Econômica, em parceria com a vice-presidência do Interior do Secovi-SP e o departamento de Economia e Estatística do Sindicato, contemplou empreendimentos residenciais verticais dos municípios de São José do Rio Preto (janeiro de 2007 a maio de 2010), Campinas (fevereiro de 2007 a julho de 2010), Sorocaba (julho de 2007 a setembro de 2010), Jundiaí (abril de 2007 a novembro de 2010) e Bauru (janeiro de 2004 a janeiro de 2011).
Nos períodos analisados, a quantidade de lançamentos destes segmentos econômicos de 2 dormitórios totalizaram 47,1% em São José do Rio Preto (1.556 unidades), 42,2% em Campinas (8.358 unidades), 57,2% em Sorocaba (5.740 unidades), 33,8% em Jundiaí (3.744 unidades) e 42,4% em Bauru (2.033 unidades).
Consequentemente também à grande busca por imóveis do segmento econômico, o levantamento mostrou que unidades de 46m² a 65m² foram as que tiveram maior número de lançamentos e vendas. A exceção fica para a cidade de São José do Rio Preto, que teve um número superior de unidades lançadas com até 45m².
Considerando-se o preço do m² dos imóveis, o valor vai de R$ 2 mil a R$2,3 mil, de acordo com o município, sendo Campinas o mais caro e Sorocaba e São José do Rio Preto os mais baratos. Nos segmentos tradicionais, o preço varia de R$ 2,4 mil a R$ 4,9 mil, variando de acordo com o município, localização e padrão.
O número de lançamentos no período analisado foi de 3.298 unidades em São José do Rio Preto, 19.773 unidades em Campinas, 10.039 unidades em Sorocaba, 11.066 unidades em Jundiaí e 4.799 unidades em Bauru.
Tendências do mercado imobiliário nacional
Em 2011, o lançamento e as vendas de imóveis de luxo e aqueles voltados para a classe média-alta deverão permanecer estáveis. Unidades populares manterão destaque, porém haverá necessidade de maior agilidade na liberação do crédito, e também de criação de tecnologias construtivas e estratégias diferenciadas de marketing por parte das empresas para conquistar esse público. A disponibilidade de imóveis residenciais e salas comerciais para locação também é uma das tendências do mercado imobiliário para 2011.
Ainda, o setor prevê investimentos de mais de R$ 65 bilhões oriundos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Apesar da ampla disponibilidade de crédito, será preciso intensificar debates e estudos com o objetivo de atrair novas fontes de recursos para a produção e aquisição de imóveis.
A fim de atender ao volume crescente de financiamentos, o segmento continuará a pleitear a racionalização da análise de processos nos municípios, com informatização e transparência; a integração dos procedimentos burocráticos das três esferas de governo, com eliminação de duplicidade – especialmente no meio ambiente.
Ainda, a formação de comitês de avaliação dos procedimentos burocráticos com representantes do governo e da iniciativa privada; a modernização adequada da fiscalização, com atuação rápida e transparente; e o aperfeiçoamento do contexto jurídico, para dar maior segurança a todos, com redução de custos.
Nos próximos 12 anos, o Brasil vai precisar de 900 milhões de metros quadrados de terrenos urbanos para construir algo em torno de 24 milhões de moradias, conforme prognóstico do Construbusiness Fiesp 2010. Para suprir essa demanda, será necessário um reposicionamento geral dos conceitos das políticas de desenvolvimento urbano, até então alicerçadas na defesa intransigente do espraiamento das cidades em oposição ao adensamento.
Cidades compactas, com trabalho, moradia e lazer próximos, solucionando, em boa parte, os problemas de mobilidade é um modelo adotado mundialmente. O estabelecimento de boas regras de ocupação urbana – compacta e sustentável – é a forma de manter o sucesso das políticas de desenvolvimento imobiliário e das cidades.
Clique aqui para consultar a pesquisa na íntegra.