PQE: de geração em geração
Jaques Bushatsky, coordenador do Programa de Qualidade Essencial, fala sobre a importância do PQE e da sucessão pela arquiteta e advogada Roberta Bigucci, diretora de Projetos Especiais do Secovi-SP
Volta e meia se diz por aí que bastaria copiar modelos e papaguear discursos, além de contar unicamente com a sorte, para alcançar o sucesso profissional. Para que saber as razões, os métodos, os fins? Para que conviver com colegas de profissão? Bastaria, solitariamente, colar no que viesse de bandeja.
De vez em quando isso pode ter dado certo para alguém, mas sabemos: somente funciona por algum tempo. Na realidade, vá lá que é frase feita, é apenas no dicionário que “sucesso” vem antes de “trabalho”. E, nem no dicionário sucesso vem antes de leitura ou de estudo, convivência, debate, aprendizado.
Esses pensamentos me vieram após uma reunião com vários ótimos profissionais voluntários e da equipe de nosso Secovi-SP, preparatória de mais uma temporada de funcionamento do Programa de Qualidade Essencial.
O PQE foi fundado no milênio passado pelo então presidente Walter Lafemina. A criação foi de Luiz Fernando Gambi, que liderou a união de vários nomes relevantes do mercado imobiliário e da atuação sindical. Homenageemos todos, citando os nomes dos saudosos Sergio Mauad e Elbio Fernandes Mera.
Juntei o meu entusiasmo à ideia, assim como muitos outros o fizeram e conseguimos realmente fazer a diferença para muitas empresas, corretores, empreendedores, advogados, engenheiros, gestores, pessoas que atuam ou pretendem atuar nesse imenso e diversificado ramo.
Acreditamos no incentivo à convivência dos pares e no aprendizado resultante. Dependemos desses incentivos, desses centros congregadores e estimuladores. E o exemplo não é novo: veja-se que no campo das leis e do direito, já possuíamos, no Brasil, uma Constituição Federal (1.824) mas faltava desenvolver a cultura jurídica, daí a implantação em 1.827 das Faculdades de Direito do Largo São Francisco (a “velha e gloriosa academia”) e de Olinda. Sem elas, teríamos quase que somente um papel escrito, e foram essas instituições essenciais aos encontros, aos debates, ao progresso intelectual. Obviamente em outro grau, foi esse ímpeto que procuramos alcançar com o PQE.
O projeto funcionou, é um caso de inequívoco êxito: foram mais de 4.100 certificações expedidas para empresas que cumpriram, ano a ano, os requisitos para a obtenção da qualidade essencial; foram 2.332 eventos e cursos; foram 137.100 profissionais treinados. Os números falam por si e em correspondência, em visível o esforço despendido pela instituição, voluntários e funcionários envolvidos. Que sucesso! E, antes: que trabalho brilhante!
E agora? Sem parar, chegamos a este momento em que deve ser feita a transmissão das boas coisas, palavras, das lições de geração em geração como ensinava o mestre Henry Sobel (no original hebraico, “ledor vador”).
Exatamente para que o PQE continue crescendo, definimos a atribuição de sua direção, agora, a pessoa capaz e jovem, que possa aproveitar o que veio e cuidar do que vira. Afinal, as gerações que passam contam às que chegam as coisas que viram, e é assim que todas sabem tudo e perguntam por tudo, escreveu Machado de Assis.
Pois bem. Dentre tanta gente boa que frequenta o Secovi-SP, confidencio que ao sugerir o nome de Roberta Bigucci, recebi imediato entusiasmo dos presidentes do Secovi-SP, Rodrigo Luna e de Ely Wertheim (executivo).
Prosseguiremos, em excelentes mãos. Perseguiremos, continuamente, a qualidade essencial tão benéfica aos empreendedores e tão desejada pelos clientes. Divulgaremos o estado da arte nos negócios imobiliários, incentivaremos os contatos, as conversas, o aprendizado mútuo. A ideia que motiva o PQE crescerá, o caminho está aberto e, como dizia Albert Einstein, a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.
Ao sucesso!
Jaques Bushatsky é advogado, pró-reitor da Universidade Corporativa Secovi-SP e coordenador do PQE.