Palestra sobre ética encerra curso Gerenciamento de Empreendimentos de Parcelamento do Solo Urbano
Para a última aula do curso Gerenciamento de Empreendimentos de Parcelamento do Solo Urbano, a Universidade Secovi convidou o desembargador José Renato Nalini. O encontro aconteceu nesta quinta-feira, 17/11, na sede do Sindicato, e o tema escolhido pelo palestrante foi Ética na Atividade de Parcelamento do Solo Urbano.
Ao contrário do que os participantes esperavam, não houve um manual com exposições de condutas certas ou erradas, mas sim uma conversa que os levasse a reflexão enquanto empreendedores e profissionais.
“O Brasil chegou ao ponto de perdermos a indignação. Estamos vivendo um momento em que não vale a pena ser honesto, ser virtuoso. E o empresariado deste país, o que está pensando?”, questionou o palestrante.
Para colaborar com os alunos, ele apresentou dados que ilustram o crescimento e o progresso brasileiro, contrastados com o fato de 40% da população ainda viver sem saneamento básico. “O Estado nos cobra como a Escandinávia, mas nos oferece qualidade no nível da África”, declarou o desembargador.
Para ele, a mudança está em nossas mãos. Basta não pactuar com a corrupção e aprender a utilizar a interconectividade disponível para disseminar as boas práticas. “A ética deve vir antes do legal. Não temos o poder de compelir o governo a fazer o bem, mas podemos evitar que ele faça o mal por meio do uso adequado das redes sociais”, explicou Nalini, utilizando a Primavera Árabe como exemplo principal.
Para os empreendedores do mercado imobiliário, a dica é planejamento e respeito a todas as pessoas envolvidas no processo de implantação e venda de um empreendimento. “O empreendedor deverá estar antenado para o que ocorre e aberto para as tendências do mercado. Sua dedicação o levará a desenvolver atividades que inspirem, conectem, informem e capacitem não apenas a si mesmo, mas também aqueles que trabalhem com ele”, defendeu o desembargador.
Segundo ele, qualquer empreendedor deve avaliar e mitigar seus riscos nas três dimensões de uma empresa contemporânea: governança corporativa, governança ambiental e governança social. Afinal, se a política é um campo minado e os altos escalões perderam a capacidade de conduzir com princípios de moralidade, nem todos precisam seguir a mesma cartilha.
“O homem comum, vítima da mais elevada carga tributária do planeta, está sequioso de boas práticas. O setor do empreendimento imobiliário, que teve de sobreviver a tantas vicissitudes, pode fazer a diferença e mostrar que ainda é possível lucrar com ética”, conclui o convidado.