Encontro em Bauru debate o novo consumidor da classe média e crescimento do Interior
Com mais de 130 empresários da região na platéia, a edição 2011 do Encontro do Mercado Imobiliário de Bauru movimentou o mercado na segunda-feira, 5/9. O evento contou com a presença de Riad Elia Said, diretor geral do Secovi-SP na região, que abriu as apresentações destacando o bom momento vivido no município: “Bauru tem sentido as mesmas transformações econômicas e sociais que o restante do País, o que permitiu a ascensão da classe C, que hoje tem acesso à moradia”, afirmou.
Para dar continuidade ao tema, Flavio Amary, vice-presidente do Interior do Sindicato, ministrou a palestra O Mercado Imobiliário e o Novo Consumidor da Classe Média. Segundo ele, a classe C hoje já atinge mais da metade da população brasileira com idade entre 12 e 64 anos. “Este público tem algumas características distintas das classes A e B. Por exemplo, são pessoas mais atenciosas e disponíveis”. Isso se reflete na hora de comprar: “enquanto nas classes mais altas, apenas 20% das pessoas dão indicações de compras, na classe média 60% das pessoas o fazem”, complementou.
Para Amary, o mercado imobiliário deve prestar atenção a este público, que será o grande responsável pela busca de imóveis nos próximos anos. “A classe C representa hoje 88% dos consumidores que pretendem comprar uma casa, 69% dos que pretendem comprar um apartamento e 86% dos que pretendem comprar um terreno”, contou. Em números absolutos, isto significa que das 9,1 milhões de pessoas interessadas em comprar um imóvel ou terreno, 7,5 milhões pertencem às classes de média e baixa renda.
O vice-presidente falou, ainda, sobre o crescimento das cidades do interior paulista. “Com a migração de empresas e centros universitários para estes municípios, além do avanço da tecnologia, está havendo um grande aumento populacional”, afirmou. No entanto, o mercado deve ficar atento para que este desenvolvimento ocorra de forma sustentável. “O Secovi-SP está preocupado com o papel desses municípios. É preciso ter leis claras em todas as esferas e pensar na mobilidade urbana, para evitar o enchimento dessas cidades”.
Em seguida, Carlos Leite, arquiteto e professor-doutor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Fundação Dom Cabral, falou sobre Desenvolvimento Imobiliário e as Cidades Sustentáveis. Segundo ele, o País tem que aproveitar o bom momento econômico, mas sem deixar de pensar no futuro. “É preciso planejar a longo prazo, para conseguirmos ter cidades mais sustentáveis”.
O arquiteto afirmou que o século passado foi quando tivemos maior crescimento no Brasil, mas que não foi um desenvolvimento sustentável. “Agora temos que mudar este modelo e adotar práticas mais sustentáveis. Até porque a sustentabilidade será, para os novos consumidores, um pré-requisito, e não mais um diferencial”, afirmou.