Mercado imobiliário deve manter viés de expansão em 2011
O volume de crédito imobiliário previsto para 2011, da ordem de R$ 85 bilhões, equivale a incremento de 50% sobre o total viabilizado com recursos da poupança em 2010 (R$ 56,2 bilhões). Em cenário tão promissor, o Salão Imobiliário São Paulo (Sisp) e a Rede Secovi de Imóveis permitirão ao empresário se antecipar nas estratégias para atender ao consumidor nos próximos anos. Só há razões para otimismo.
A soma de alguns fatores produziu resultados extremamente positivos para o mercado imobiliário, permitindo em 2010 que a prestação coubesse no bolso do consumidor interessado em adquirir a casa própria ou trocasse seu imóvel por outro maior. Tivemos desemprego em baixa, renda média em alta, crédito ampliado, taxa de juros reduzida e prazo de financiamento mais longo. Ou seja, melhorou a qualidade de vida das pessoas, garantindo boas perspectivas para nosso mercado em 2011.
Além desses, há outros motivos para acreditar que o mercado imobiliário continuará em expansão. A começar pelo aumento na confiança do consumidor, que se refletiu – e continua se refletindo! – no aquecimento das vendas de imóveis novos, o que, consequentemente, impulsionou o segmento de usados.
Dados recentes do setor mostram que o segmento de novos residenciais na cidade de São Paulo deverá registrar, em 2011, crescimento da ordem de 5% sobre o total escoado no ano passado – da ordem de 36 mil unidades.
Para a Região Metropolitana de São Paulo, a expectativa é de movimento ainda maior. Há cinco anos, por exemplo, as 38 cidades da Grande São Paulo – exceto a Capital – representavam apenas 26% do total de lançamentos. De lá para cá, o crescimento e a expansão das atividades imobiliárias possibilitaram a equiparação do total lançado na Capital ao da soma das demais cidades. Hoje, a participação atinge cerca de 45%. Vale destacar a predominância de imóveis econômicos e super-econômicos, com perspectiva de nova alta no volume de lançamentos e vendas.
O mercado está atento às nuances do cenário econômico e também às necessidades do consumidor. Houve clara mudança no perfil do comprador. Ele chega, aos plantões e às imobiliárias, consciente do produto que procura e das condições que tem para adquiri-lo. Tal comportamento requer aperfeiçoamento e atualização constantes, não só dos corretores, mas das equipes que atuam nas empresas, algo que a Fiabci/Brasil e o Secovi-SP perseguem insistentemente.
Enfim, este ambiente inspira boas perspectivas para 2011. Tudo indica que a cadeia produtiva imobiliária vai continuar recebendo atenção do governo, até porque, além de forte indutora da economia, essa “máquina” movimenta diversos outros setores e contribui para a geração de emprego e renda.
E não se pode deixar de considerar o fato, concreto e positivo, de ter sido a presidente Dilma Rousseff, quando ministra da Casa Civil, e com o auxílio da iniciativa de empresários do setor, a idealizadora do bem-sucedido programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, que possibilitou o acesso da população de mais baixa renda à casa própria e que terá continuidade em seu governo.
* Elbio Fernández Mera é vice-presidente de Comercialização e Marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)