Mercado imobiliário com sustentabilidade e sem bolha
Notícias recentes dão conta da preocupação de instituições internacionais com a possibilidade de o Brasil correr o risco de uma “bolha” imobiliária. Na avaliação do presidente do Secovi-SP, João Crestana, tais preocupações são improcedentes. “O mercado local não é cópia daquele do exterior. Aqui a concessão de empréstimos pelos bancos é extremamente rigorosa. Na média, os financiamentos correspondem a 62% do preço dos imóveis e a maioria deles é liquidada em menos de 20 anos”, afirma.
Em 2010, o total de imóveis residenciais vendidos na capital paulista foi de quase 36 mil unidades, número praticamente igual ao registrado em 2009. Já os lançamentos apresentaram crescimento de 18% no mesmo período, equilibrando oferta e demanda. “Este ano, estimamos um crescimento de 5% a 10%, apesar das dificuldades de encontrar terrenos viáveis e da exiguidade de materiais, equipamentos e mão de obra; é a recuperação gradual de anos e anos de mercado paralisado pela falta de crédito”, adiciona Crestana.
Para o vice-presidente do Secovi-SP, Ricardo Yazbek, o incremento da produção e comercialização de imóveis é necessário. “Temos um deficit a combater da ordem de 7 milhões de unidades, além do crescimento vegetativo da população. É preciso também acompanhar os aspectos econômicos, como a ascensão das classes emergentes que hoje têm renda para comprar sua moradia, bem como aspectos comportamentais”, afirma.
Conforme Yazbek, são diplomados anualmente no País 2,5 milhões de universitários. São novos profissionais demandando imóveis para trabalhar e buscando sua casa própria. “O número de jovens casais que visitam estandes de vendas cresceu. E temos ainda mais pessoas morando sozinhas. Há um novo tipo de consumidor no mercado.”
E as novas obras contribuem com a sustentabilidade já que, normalmente, um empreendimento se dá a partir da unificação de algumas casas, a maioria delas com quintais integralmente pavimentados, ou seja, sem permeabilidade. No projeto de um novo do empreendimento, 20% da área do terreno não recebe qualquer tipo de revestimento e há exigência de robusta área de jardins. Cria-se permeabilidade onde antes ela não existia, bem como reservatórios de contenção de águas pluviais (piscininhas) para aliviar as redes das concessionárias. Enfim, o mercado imobiliário traz desenvolvimento social, econômico e ambiental.