Dois dormitórios são destaque em vendas e lançamentos em dezembro
O mercado de imóveis novos na cidade de São Paulo registrou a comercialização de 4.960 unidades em dezembro passado, encerrando um ano de bons resultados, conforme previsto nas últimas edições da Pesquisa sobre o Mercado Imobiliário realizada pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, responsável pela pesquisa, o volume de vendas foi 51,7% superior ao observado em novembro (3.270 imóveis). Apesar do crescimento em relação ao mês anterior, a comercialização ficou 12,4% abaixo do total registrado em dezembro de 2009 (5.663 moradias).
O indicador VSO (Vendas sobre Oferta) atingiu 29,2%, contra 24,1% em novembro e 30,8% em dezembro de 2009. Expresso em porcentagem, o VSO mede a relação entre a quantidade de unidades comercializadas e a oferta no mês, com a finalidade de aferir o desempenho de vendas.
A participação do segmento de 2 dormitórios foi o destaque do mês: 2.577 unidades negociadas, ou 52% do total escoado. Apesar do sucesso obtido pelas unidades com valores entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, em bairros vizinhos aos tradicionais houve boa movimentação dos imóveis de 2 dormitórios na faixa de R$ 260 mil a R$ 500 mil em regiões mais tradicionais, como Brooklin e Morumbi, com destaque para os de R$ 320 mil a R$ 390 mil. Observou-se ainda nesse nicho bom escoamento de imóveis de alto padrão, com valores superiores a R$ 900 mil, em regiões como Itaim e Vila Olímpia.
Região Metropolitana de São Paulo
Em dezembro, 7.108 imóveis foram vendidos na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que concentra 38 municípios além da Capital. A participação da cidade de São Paulo no total comercializado na região aumentou 69,8% no último mês do ano, contra 52,1% em novembro.
No ano, a Capital contribuiu com 55% (35,9 mil unidades) no resultado de vendas da Grande São Paulo, que totalizou 65,2 mil unidades – o maior total registrado em todos os tempos na Região Metropolitana. O nicho de 2 dormitórios se destacou também na RMSP, com 3.706 imóveis vendidos em dezembro e participação de 52,1% no total negociado.
Lançamentos
O lançamento de imóveis residenciais na cidade de São Paulo totalizou 7.516 unidades em dezembro de 2010, volume 89,3% superior ao percebido em novembro do mesmo ano (3.970 imóveis). Considerando o último mês do ano de 2009, com 6.579 unidades lançadas, o crescimento é de 14,2%, conforme dados da Embraesp – Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio.
O mercado da Capital representou fatia de 70% do volume de lançamentos da Região Metropolitana de São Paulo, que totalizou 10.731 imóveis no mês. O segmento de 2 dormitórios ocupou a liderança na RMSP, com 5.745 unidades lançadas, equivalente a 53,5% do total produzido em dezembro.
Na Região, foram lançados 2.351 conjuntos comerciais (com área total de 221,5 mil m²) em dezembro, equivalente a 31,6% do total de 7.445 colocado em oferta durante todo o ano de 2010 nos municípios que a compõem.
Resultados de 2010
Os bons resultados de comercialização na cidade de São Paulo confirmaram as previsões de encerramento no ano com estabilidade ou, no máximo, de um leve crescimento. O total de 35.869 unidades vendidas em 2010 praticamente empatou com o volume escoado em 2009, de 35.832 imóveis.
O VGV (Valor Global de Venda) fechou o ano em R$ 14,2 bilhões, contra R$ 11,6 bilhões de 2009 – um aumento da ordem de 22,5%.
O VSO médio do ano foi de 23,2%, superior aos 17,6% de 2009. Trata-se do melhor desempenho de vendas médio desde 2004, ano da modificação de metodologia da pesquisa sobre o mercado imobiliário.
Em termos de lançamentos residenciais, 2010 foi marcado pela reposição de unidades, com produção de 37.304 imóveis na cidade de São Paulo e crescimento de 18,1% sobre 2009 (com 31.584 unidades lançadas).
“O mercado imobiliário na cidade de São Paulo encerrou 2010 dentro das perspectivas de vendas, em um cenário marcado pela migração de investimentos em novos lançamentos na Região Metropolitana e até mesmo no interior e outros Estados. Essa expansão geográfica de atividades do setor se deve em parte à necessidade de novos investimentos, mas, também, às dificuldades produzidas pela legislação urbanística da capital paulista”, afirma o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.